quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O papel do psicólogo na auto-regulação, a propósito de uma anedota profissional

O livro de António Eça de Queirós e de António Costa Santos, Porto versus Lisboa, é um livro engraçadíssimo, que recomendo a toda a gente. A propósito das duas maiores cidades do País, com muito agradáveis artes de escrita, bem-humoradas e de consistente quilate cultural, propõe-nos um estimulante exercício de reflexão e crítica, de auto-reflexão e auto-crítica, em que, de ambos os lados, os contentores se podem rever em espelho, assim promovendo o saudável auto-conhecimento e o inter-conhecimento (termo do jargão "psicologês"; em português diz-se conhecimento recíproco).
Num dos últimos capítulos, é contada, quase en passant, uma anedota profissional sobre os psicólogos:
- Quantos psicólogos são precisos para mudar uma lâmpada?
- Basta um, mas é preciso que a lâmpada queira mudar. (1)
Nesta caricatura da intervenção profissional do psicólogo, se calhar pode-se encontrar a chave do seu sucesso, clínico ou educacional. É que remete para a indispensável mobilização (atitude pró-activa, como hoje se diz muito) dos recursos psicológicos do próprio sujeito que pede ajuda ao psicólogo.
Que lhe parece?...

(1) Queirós, A. E. e Santos, A. C. (2008). Porto versus Lisboa, Uma batalha campal. Nunca ninguém falou tãp bem de Lisboa e do Porto. Nunca ninguém falou tão mal do Porto e de Lisboa. Guerra & Paz, p.175.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Para que serve a auto-regulação do comportamento?

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Todo o mundo é composto de mudanças tomando sempre novas qualidades.” escreveu Luís de Camões. “Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente, é o que melhor se adapta à mudança.” escreveu Charles Darwin.

A mudança é provavelmente a característica que melhor define o tipo e o ritmo da vida das sociedades actuais. Na família, no trabalho, na escola, o que mais solicita a atenção, a inteligência e os afectos de cada pessoa é a constante necessidade de adaptar o comportamento individual ao comportamento dos outros, às exigências da escola e às exigências da profissão.

O comportamento humano é multi-dimensional. Cada pessoa tem sempre diversos compromissos e comprometimentos, em simultâneo. Muitas vezes, falha-se – na família, na profissão ou na escola – não porque não se saiba como fazer, mas porque não se consegue gerir o tempo para se fazer, porque se tem de fazer outras coisas também. Quando se falha sente-se frustração, tristeza, angústia, depressão; pensa-se que não se é capaz; sente-se a derrota e cruza-se os braços. Desiste-se.

Cada um de nós deve manter em si, sempre saudável e actualizada, a capacidade de controlar e regular o seu próprio comportamento.  Esta capacidade não é dom especial de alguns tantos privilegiados. A auto-regulação do comportamento é uma competência pessoal que se educa e desenvolve.

Psicologia da auto-regulação do comportamento








Às quartas-feiras, de manhã e de tarde, consultas de Psicologia da auto-regulação do comportamento (pessoal, familiar, escolar e profissional).