domingo, 7 de julho de 2019

NÃO É FÁCIL O GENUÍNO PERDÃO.

NÃO É FÁCIL O GENUÍNO PERDÃO.

A vivência pessoal do sentimento do perdão está directamente ligada ao sentimento de pacificação interior, essencialmente, do ódio, da raiva, da decepção, da vergonha, da incredulidade e da injustiça. Pede coragem; e pede sofrimento pessoal - por vezes, muito sofrimento. Temos de desistir de coisas que têm muita força dentro de nós.
Que nunca nos falte quem nos acompanhe e dê suporte nesse tão difícil caminho.


“Perdoem os vossos piores inimigos”, diz num vídeo gravado na última visita ao Museu Auschwitz, aqui citado pelo “The Guardian”. “No momento em que perdoei os nazis, senti-me livre de Auschwitz e de toda a tragédia que me aconteceu.” Afinal, para Eva, não é assim tão difícil contrariar os sentimentos fundamentalistas de raça que podem conduzir a um genocídio: “Tratar todos com respeito e justiça. Não são necessárias grandes leis, não é necessário nenhum governo”.(1)
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(1) Jornal Expresso.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Sobre a empatia...

“A empatia é como um músculo: se não for exercitado, atrofia, se for trabalhado, cresce.”

Assim falada, a autoria da máxima acerca da empatia é de Jamil Zaki.

Direi eu que Jacques de La Palice poderia também ser autor da afirmação. Não digo isto para a desconsiderar ou desvalorizar, mas para chamar a atenção para que qualquer um de nós poderia pensá-la, ou senti-la, ou dizê-la.
O problema da empatia é praticá-la e ter vontade de a praticar.
Só que praticar a empatia pede duas coisas:
  • tempo, e tempo é o que a generalidade das pessoas diz que tem pouco.
  • atenção dedicada, e as pessoas dizem que têm muitas coisas com que se preocupar e resolver
Jamil Zaki, ao contrário de outros que disseram o mesmo que ele disse, conseguiu ser ouvido e divulgado, ainda bem! Vamos aproveitar a onda!
Vamos treinar a empatia? Sim, vamos a isso!


Nota: uma entrevista de Jamil Zaki, em inglês, aqui.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

A SÁBIA INTUIÇÃO DO VALOR CURADOR DA ESCRITA

1.ª edição das "Cartas Portuguesas"
de Mariana Alcoforado
«Como me és querido e como me és tirano!
Não me escreves; não pude coibir-me de te dizer isto, outra vez!
Vou recomeçar, e o oficial que se vá embora. Que importa? Que parta, escrevo mais para mim do que para ti. Busco apenas aliviar este coração.»

Mariana Alcoforado, a acabar a 4.ª e penúltima carta, 1669.