sábado, 16 de outubro de 2010

A alma é uma ilusão cerebral

A edição desta semana da Visão (n.º 919), na rubrica "Textualmente" reproduz o que terá sido uma afirmação de António Damásio ao jornal El Mundo:
- A alma é uma ilusão cerebral.
Quem não pensa assim, diria que a afirmação está "descontextualizada", desvalorizando o seu conteúdo e impacto.
Prefiro outro procedimento: dizer que toda a afirmação fundamental sobre a alma não pode dispensar a relação com o Outro. É na relação com o Outro que surge a experiência emocional e cognitiva do inefável. Provavelmente é aí que surge a alma. Porque todo o sentido só existe na presença ou em função de um Outro.
Sendo assim, a alma tanto pode ser uma criação como uma descoberta.
O cérebro é apenas a estrutura biológica que permite criar a ilusão necessária - todas as ilusões necessárias - à consciência e ao sentimento do ser, de ser-se. Ser-se sujeito e pessoa; em relação com os outros.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estudo revela que utilizadores do Facebook são piores alunos

Que resultados se obteriam se se fizesse um estudo com o Messenger? Iguais ou diferentes?
Qual é o verdadeiro problema:
a) é a pessoa do jovem utilizador?
b) o Facebook / o Messenger?
c) o fim para que é (são) utilizados?
d) é uma questão de regulação do tempo gasto com estas aplicações da Internet?
e) é uma questão de regulação dos motivos e das razões para usar estas aplicações da Internet?

Vá, vamos lá, mais um tema para ler, pensar e discutir, em casa e na escola.

Estudo publicado na edição on line do jornal i:

Publicado em 08 de Setembro de 2010

Um estudo da Open University, na Holanda, revela que o uso de redes sociais como o Facebook promove um pior desempenho académico. O investigador Paul Kirschner ancorou-se nos exemplos de 219 estudantes de uma universidade pública holandesa para constatar que os que não usavam as redes sociais tinham melhores notas, por oposição aos utilizadores do Facebook ou do Twitter.
Outra das conclusões da investigação é que os utilizadores do Facebook estudam menos horas - entre uma e cinco horas por semana, enquanto os que não utilizam dedicam-se ao estudo entre 11 a 15 horas semanais.
Querendo avaliar a teoria de que o cérebro do jovem moderno é capaz de processar simultaneamente vários canais de informação, o estudo preliminar da equipa holandesa confirmou o contrário: os adeptos do multi-tasking (a realização de várias tarefas ao mesmo tempo) precisam de mais tempo para aprender e cometem mais erros no processamento da informação.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

«O Livro da Consciência», "Self Comes to Mind: Constructing the Conscious Brain"

António Damásio, o seu brilhante pensamento, a sua exemplar valorização da Língua Portuguesa.
É que o livro vai ser lançado este mês em Portugal, e só em Novembro em língua inglesa, nos E.U.A.


domingo, 5 de setembro de 2010

O regresso às aulas... e aos trabalhos de casa.

Numa época em que se insiste, nos grandes meios de comunicação social, em falar em coisas como "depressão pós-férias" e em perigos ou dramas no regresso à escola (tudo isto acentuando o lado inseguro e não o lado otimista de encarar a vida e a relação com os outros), saúdo vivamente a evolução de posição acerca dos trabalhos de casa, que acabei de constatar no noticiário matinal da RTP Notícias, num dos sábios da Psicologia que frequentemente aparece nos canais televisivos.
Há algum tempo, arrasava a tradição dos trabalhos de casa, com "a tolerância zero" da nossa polícia de trânsito. Nessa altura também participei nas discussões que se trocaram publicamente através da Internet.
Por isso agora, repito, saúdo vivamente a evolução do meu colega para a ideia de "Não aos trabalhos de casa, que não sejam razoáveis." (o sublinhado é meu) Certo! Estou inteiramente de acordo.
Em conclusão, "Sim aos trabalhos de casa razoáveis". No fundo é uma oportunidade excelente para os comportamentos hetero- e auto-regulados, seja por parte dos professores, dos pais e dos alunos.
Um bom regresso às aulas para todos! Com muito otimismo e confiança.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Obrigado, José Torres!

Haverá quem pense que não tem cabimento aqui esta saudação, esta saudade.
Mas, na verdade, que representam nas nossa vidas os exemplos que vêm do comportamento dos outros?... Como se constroem em nós os nosso valores e os nosso ideais?...
Independentemente da pessoa que José Torres foi, sem que algum esforço para isso fizesse, ele fez-me imaginá-lo assim. Não sei se, algum dia, algum futebolista, algum atleta me despertou ou despertará a simpatia e o carinho como o fez José Torres. Se eu não fosse benfiquista, penso que o escolheria como adversário de eleição: lutando pela sua equipa, pela sua camisola, respeitando com toda a dignidade o seu adversário.
Por isso, lhe escrevo agora estas palavras:
Pelos jornais, pela televisão habituei-me a ver-te, José Torres, a gostar de ti, a pensar que, com a boa fé e a honestidade que sempre me despertaste, o futebol (e o desporto, em geral) pode ser uma partilha coletiva de esforço, expressão das capacidades humanas e competição leal. Sei que te vou manter sempre vivo nos meus exemplos sociais e nos meus ideais. Obrigado, José Torres, por tudo o que me deste. Guardarei para sempre a afirmação que fizeste, salvo erro, antes do célebre jogo com a Alemanha: "Deixem-me sonhar!..."

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A fobia escolar tem cura

A fobia escolar tem cura (clique para ver a notícia)

A primeira coisa a fazer é a avaliação correta da situação. Hoje em dia, exagera-se no diagnóstico de "fobia escolar". E tudo isto pode ser feito com muita serenidade e em bom tempo.

domingo, 29 de agosto de 2010

Quem aos 20 não é e aos 30 não tem, aos 40 não é ninguém

Aproveitei a feira do livro da Semana do Mar na Horta para comprar a bom preço o "Adagiário Popular Açoriano", de Armando Cortes-Rodrigues (Antília, Angra do Heroísmo, 1982).
Como diz o autor, "a indicação de uma ilha junto de cada adágio apenas pretende significar que o adágio foi aí recolhido, pois que a mesma forma é igualmente conhecida noutras ilhas e no Continente". Praticamente logo a seguir esclarece o interesse específico da sua recolha: "há muitíssimos adágios que reflectem bem a idiossincrasia, os costumes, as tradições e preconceitos morais dos Açorianos".
Pessoalmente, continuo a interessar-me com vivo interesse esta vertente da cultura popular, de que sempre se desconhece muita coisa. Se calhar, por comodismo mental, penso que os adágios (ou provérbios, ou ditados, ou...) têm uma evolução "darwiniana", quer dizer, transformam-se com o tempo e selecionam os mais fortes.
Em muitos deles tento ver o valor que mantêm, tento ver como a sua lenta consolidação resiste à voragem das muito aceleradas transformações sociais e culturais atuais.
Peguei no livro (são dois volumes arrumados por ordem alfabética da palavra inicial) e fui direito à letra Q, mesmo à procura dos provérbios que começam por "Quem..."
Não tardei a (re)encontrar o adágio que dá título a este apontamento, que é, seguramente, o que mais vezes trago às conversas no consultório, mas também na escola, seja para auditórios de uma pessoa só, sejam eles coletivos.
Na verdade, penso que continua a valer em cada uma das palavras que o compõem.
Não o vou comentar, vou apenas convidar todos a pensarem um pouco neste "cromossoma", no meu entender, de força claramente "dominante", que determina o desenvolvimento pessoal de cada um de nós.
Ah! Já agora, na obra de Cortes-Rodrigues, o adágio aparece recolhido na ilha de São Miguel.

sábado, 28 de agosto de 2010

QUI UULT CUSTODIRE SANITATEM - Preservação da Saúde

Pedro Hispano foi o único papa de origem portuguesa e foi também o único papa médico. Até hoje. Foi papa com o nome João XXI. Nasceu em Lisboa, possivelmente em 1210, e morreu em Viterbo em 1277.
Separam-nos dele quase oitocentos anos.
Foi sábio com os conhecimentos técnicos e científicos da sua altura como poucos conseguem ser hoje em dia com os conhecimentos técnicos e científicos disponíveis (incomparavelmente mais, em quantidade, diversidade e precisão).
Sem falar de auto-regulação do comportamento, é esse modo de viver que está implícito nos escritos que refletem o seu pensamento. E a definição de saúde que nos passa é uma obra-prima de simplicidade e clareza: "Saúde é uma disposição que conserva o que é natural no homem, segundo o curso da natureza."
Diz Pedro Hispano que a conservação da saúde da vida humana não se encontra no seio da arte da Medicina. "(...) os diversos padecimentos mórbidos originam-se no corpo humano por negligência" pelo que considera que "é melhor preservar a saúde do que lutar com a doença (...) É mais útil prevenir as doenças do que, uma vez contraídas, andar a pedir um auxílio, que provavelmente é impossível."
Numa época em que a obesidade já foi declarada pela O.M.S. como a epidemia global do século XXI, repare-se o que Pedro Hispano dizia sobre a saúde do estômago:
"Quem quiser manter sempre a saúde do estômago tenha cuidado em que receba a alimentação necessária, e não dê mais a si mesmo do que aquilo que pode digerir. E isto deve entender-se também acerca da bebida. Diz Galeno: Alguns comem para viver, como pessoas que vivem com sobriedade, mas alguns vivem para comer, como pessoas que vivem na gula. Por conseguinte, o intuito desses é comer, e não viver. Do mesmo modo diz Galeno: a abstinência é um remédio perfeito. Ora a abstinência é de dois tipos, universal e particular. É universal quando se faz a abstenção total de comida e bebida, jejuando durante muito tempo. Então o estômago excitado atrai os humores de todos os órgãos, que por último geram nele as doenças, assim como os órgãos esvaziados as tiram do estômago. Por isso não é prudente jejuar em excesso. A particular consiste na abstenção de produtos semelhantes e dos humores dominantes, como o colérico dos coléricos, o fleumático dos fleumáticos e assim dos restantes humores. Os mestres antigos preceituaram que se comesse pouco, a fim de o calor natural ser proporcionado à digestão. Pois, se comermos o que o calor não puder digerir, gera-se o fastio, pelo qual o sangue se corrompe, e se provocam todas as doenças mais graves."
Concluindo: é melhor preservar a saúde [antes] do que curar as doenças [depois]; e preserva-se a saúde regulando-se a atração para os excessos do que se ingere.
(a partir de Pedro Hispano, Livro sobre a Conservação da Saúde, edição da Heartbrain, Consultores em Comunicação, Ld.ª, 2008)

domingo, 22 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Super-heróis de hoje têm influência negativa nas crianças, diz estudo

A notícia do jornal I dá conta deste estudo americano.
Tenho muita facilidade em concordar imediatamente com o que ele diz.
Parece-me que vale bem a pena que pais e educadores pensem e discutam o estudo.

"Têm a força sobre-humana que caracteriza todos os super-heróis, mas falta-lhe a componente humana. É esta a classificação que um grupo de psicólogos da Associação Americana de Psicologia faz dos actuais super-heróis do cinema, que, concluíram através de um estudo, tem uma influência negativa nas crianças.

Segundo a pesquisa, os super-heróis promovem um esterótipo de "machão violento", ao contrário dos heróis de antigamente, que apresentavam sempre um lado vulnerável e humano.

A orientadora do estudo, Sharon Lamb, adianta que a única figura masculina alternativa ao super-herói que sirva de modelo cinematográfico é a do preguiçoso, que evita assumir responsabilidades.

Com as personagens do passado, diz a professora da Universidade de Massachusetts, as crianças viam "pessoas normais com problemas normais e muitas fraquezas". Casos como o Super-homem e o Lanterna Verde são agora ultrapassados por outros "que praticam violência sem parar. São agressivos, sarcásticos e raramente falam sobre as virtudes de se fazer o bem para a humanidade"."

Jornal I, Publicado em 18 de Agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O que todos buscam?

"Quer pertençam a uma espécie mais evoluída, como os humanos, ou a espécies mais simples, como os animais, todos os seres buscam a paz, o conforto e a segurança. A vida é tão cara ao animal mudo como a qualquer ser humano; mesmo o mais simples insecto procura protecção contra os perigos que ameaçam a sua vida. Asim como cada um de nós quer viver e não quer morrer, o mesmo acontece com todas as outras criaturas, apesar de varir a sua capacidade de o concretizar" (Daila Lama, 2006. Como conhecer o seu verdadeiro eu. Cruz Quebrada: estrelapolar, p. 19)
Outros têm dito a mesma coisa, mas a forma que o Daila Lama encontrou é muito clara, muito bonita, muito dinâmica, muito completa.

domingo, 27 de junho de 2010

UN Secretary-General invites you to be a Citizen Ambassador

É um desafio engraçado, tornarmo-nos Embaixadores da Cidadania. Em todo o mundo.
Porque não tentar?... Por mim, disponho-me a fazê-lo e a ajudar quem o queira fazer também. Força!
Tantas vezes que nos interrogamos como podemos participar ativamente nas grandes questões do mundo. Esta talvez seja uma oportunidade interessante.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Matemático recusa prémio de um milhão de dólares

Sugiro:
1 - Começar por não ler a notícia (não clicar na hiperligação!)
2 - Imaginar o que pode ser a notícia
3 - Imaginar a pessoa e fazer o seu bilhete de identidade
4 - Ler a notícia
5 - Deixar o pensamento correr sobre a notícia
6 - Voltar ao "perfil" e à situação antecipados mentalmente
7 - Tomar consciência do que a notícia fez mudar no pensamento
8 - No fim, o que se fica a pensar da pessoa e da situação?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O "perfil positivo" dos adolescentes

O prometido é devido.
Aqui está agora o perfil positivo dos adolescentes, produzido pelo mesmo grupo de trabalho.
Vale a pena comparar com o perfil negativo, pensar e discutir os resultados...

  1. Alegres
  2. Carinhosos
  3. Prestáveis
  4. Amigos
  5. Responsáveis
  6. Respeitam a opinião dos mais velhos
  7. Independentes
  8. Sinceros

Outras caraterísticas:

  • Educados
  • Brincalhões
  • Fazem amizade com facilidade
  • Sensíveis
  • Obedientes
  • Sabem ouvir uns aos outros
  • Amigos dos seus amigos
  • Humanos
  • Desenrascados
  • Destemidos
  • Simpáticos
  • Sociáveis
  • Divertidos
  • Têm sentido de humor
  • Bons ouvintes
  • Bons comunicadores
  • Juventude
  • Meigos
  • Respeitadores
  • Conversadores
  • Cuidadosos na higiene pessoal
  • Bajuladores
  • Beijoqueiros
  • Companheiros
  • Compreensivos
  • Entusiasmo
  • Fantasia
  • Gratos
  • Não discordam dos mais velhos mesmo que tenham razão
  • Otimistas
  • Ouvem os conselhos dos pais e dos professores
  • Sabem dar valor aos outros
  • Têm auto-estima
  • Vaidosos

sábado, 15 de maio de 2010

A ambição da felicidade está a desgraçar-nos.

A dr.ª Petrea King é bastante contundente nesta sua mensagem.
Sem mais comentários, para não influenciar mais, vale a pena ouvi-la.
Depois, sim, vamos comentar.


terça-feira, 11 de maio de 2010

O sono dos adolescentes

Diz a edição de Maio da National Geographic (Portugal), sobre o sono dos adolescentes:
"Apenas um em cada cinco adolescentes dorme as nove horas ideais de sono na véspera de um dia de aulas. Os estudantes do secundário com classificações medianas dormem menos do que aqueles com notas mais altas. Os adolescentes ficam menos sonolentos à noite, e acordam mais tarde, o que lhes causa problemas em cumprir os horários escolares matinais (p.72). Os ritmos naturais de sono dos adolescentes exigiriam que eles se levantassem no final da manhã, mas eles são obrigados a começar a escola às 8 horas da manhã (p.75)".
Ora aqui está um conjunto de afirmações que merece reflexão e discussão. Dentro das famílias e nas escolas. E nos blogues, e nas redes sociais...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O "perfil negativo" dos adolescentes

Orientei hoje uma acção de formação sobre a Psicologia de Desenvolvimento na Adolescência. A acção teve como destinatário um grupo de 18 auxiliares de acção educativa, e durou cerca de 3 horas.

Numa determinada fase da sessão, através da técnica da triagem sucessiva, o grupo pode construir o seguinte “perfil negativo” do adolescente:

1. Teimosos
2. Não têm responsabilidades
3. Desobedientes
4. Exigentes
5. Refilões
6. Pensam que já são adultos
7. Faltam ao respeito
8. Mentirosos

Entretanto, esta selecção final (foram os oito mais votados em escolha pessoal final) resultou da filtragem de uma lista inicial que incluía ainda os seguintes “atributos”:

· Não ouvem os conselhos dos mais velhos
· Mal-educados
· Não dão valor ao que têm
· Pensam que têm sempre razão
· Não querem ouvir um não
· Não ligam às regras
· São sempre coitadinhos
· Preguiçosos
· Pensam que sabem tudo
· Esquecem a educação da família
· Dorminhocos
· Intolerantes
· Não gostam de estudar
· Vivem na ilusão
· Levam tudo na brincadeira
· Não medem as palavras que dizem
· Não sabem brincar
· Impacientes
· Complicados
· Conflituosos
· Inconsequentes
· Não gostam de ser repreendidos
· Têm complexos com o corpo
· Agressivos na comunicação
· Instáveis sentimentalmente
· Mentem com argumentos ingénuos
· Desorganizados
· Presunçosos
· Provocadores
· Gostam de ser o centro das atenções

Independentemente da justeza da caracterização, das atribuições ou dos qualificativos, o que penso ser de realçar é a riqueza, é a diversidade das coisas que foram ditas. De mais a mais, num grupo tão pequeno! Esta diversidade constitui-se como um extraordinário ponto de partida, não apenas para trabalhos ou dinâmicas de grupo (seja ele constituído por pais, professores, outros educadores; jovens; ou seja misto), mas também para recorrentes reflexões pessoais sobre a condição de adolescente; a relação com os adolescentes; e a educação dos adolescentes.

Em próxima oportunidade será elaborado o “perfil positivo” do adolescente.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Melhor falar, melhor aprender

Escrevi o seguinte comentário à notícia publicada no "i online", com o título:

Erros de palmatória cada vez mais frequentes entre universitários por Kátia

Há muito tempo que este assunto se discute entre professores, e cada vez mais eles - nós - têm (ou temos) menos condições para enfrentar o problema como se deveria fazer. Entretanto, como digo aos meus alunos - todos, não apenas os que terminam o 12.º ano a realizarem estágios com crianças -, a grande solução começa na fala, nas conversas do dia-a-dia: as crianças pequenas estão naturalmente "programadas" para aprender bem, discriminando bem os sons, as palavras, e para designar bem as coisas, as ideias e os pensamentos. Basta que lhes falemos SEMPRE com clareza, sem "abebezamentos", sem simplificações, sem antecipações. Não temos de deitar-nos a adivinhar o que as crianças querem dizer. Mesmo que o saibamos, deixemo-las dizer. Devemos pronunciar bem as palavras; devemos escrever correctamente as letras; devemos indicar correctamente os nomes de tudo, evitando ao máximo as designações indefinidas ou generalistas.As leituras mais extensas e os pensamentos mais extensos virão depois. É incrível a capacidade que as crianças têm de criar com a linguagem! Mas, para isso, as bases têm de ser seguras e correctas. Sejamos exigentes connosco próprios na fala com as crianças. A sério! Elas adoram assim!

domingo, 11 de abril de 2010

Empatia e violência envolvidas nos mesmos circuitos cerebrais

Esta perspectiva é aliciante. De qualquer das maneiras, mesmo que os circuitos neuronais sejam diferentes, a promoção da empatia (pode-se aprender - e ensinar - a ser mais empático) permite, realmente, controlar melhor a agressividade e a violência.
Empatia e violência envolvidas nos mesmos circuitos cerebrais

sábado, 10 de abril de 2010

Should Kids Be Bribed to Do Well in School?

Em Português claro e escorreito, a pergunta diz assim:
- Devem os pais (ou os professores) subornar (chantagear) as crianças (os filhos ou os alunos) para que trabalhem / se empenhem / se esforcem / na escola?
Como diz no texto, entre o sim e o não, "If incentives are designed wisely..." Quer dizer, o segredo está no bom senso e na sabedoria dos educadores (pais e professores).
Should Kids Be Bribed to Do Well in School?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mudar o ambiente, mudar os comportamentos

Trata-se de uma pequena experiência sobre a ligação entre as condições do ambiente e o comportamento das pessoas.
Neste caso, podemos dizer que se procura regular o comportamento das pessoas no sentido da melhor saúde e do menor dispêndio energético no ambiente.


Voltaremos a este assunto.
Por agora, divirta-se a ver o pequeno vídeo.

domingo, 7 de março de 2010

Programa de auto-controlo pode reduzir bullying nas escolas

O que se chama bullying é, ao mesmo tempo, um problema pessoal e um problema de interacção social, que necessita de uma intervenção concertada em ambos os níveis, pessoal e social.
Este trabalho apresenta uma perspectiva muito próxima da perspectiva da nossa acção nas escolas e em consultoria privada.

sábado, 6 de março de 2010

Reduzir a pegada ecológica

Daniel Goleman subscreve estes conselhos:

Daniel Goleman fala com brilhantismo sobre inteligência ecológica

Podemos encontrar em "Eco Inteligência" (Ecological Intelligenge) de Daniel Goleman uma forma excelente de expor a grande dificuldade do cidadão normal para entender o perigo em que o Planeta Terra se encontra nos dias de hoje.
Por isso é praticamente uma obrigação ajudar a difundir o que Goleman diz:
"Os milénios desde o nascimento da civilização testemunharam a emergência lenta, mas regular de novas variedades de ameaças, daí que, hoje, a nossa espécie se depare com o risco de forças que fogem aos nossos alarmes perceptuais.
(...) O nosso cérebro encontra-se extremamente afinado para identificar e reagir de imediato a uma variedade fixa de riscos, os quais se encaixam no alcance do periscópio da natureza. A natureza equipou o sistema de alarme do cérebro para localizar e recuar imediatamente perante objectos lançados contra nós, expressões faciais ameaçadoras, animais a rosnar e outros perigos semelhantes ao nosso redor. Esse equipamento ajudou-nos a sobreviver até aos dias de hoje.
No entanto, nada no nosso passado evolutivo moldou o nosso cérebro para identificar ameaças menos visíveis, como o aquecimento lento do planeta, a disseminação traiçoeira de partículas químicas destrutivas no ar que respiramos e nos alimentos que ingerimos, ou a destruição inexorável de quantidades imensas de flora e de fauna no nosso planeta. (...) no que toca ao aquecimento global, encolhemos os ombros. O nosso cérebro é excelente a lidar com ameaças momentâneas, mas vacila ao gerir as que vêm ao nosso encontro num futuro indefinido.

(Daniel Goleman, "Eco Inteligência", pág. 42-43. Temas e Debates, Círculo de Leitores, 2009)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O mito da supermãe está a regressar - Sociedade - PUBLICO.PT

O mito da supermãe está a regressar - Sociedade - PUBLICO.PT

Não posso deixar de ajudar a promover a discussão deste assunto, a bem do bom desenvolvimento dos laços humanos, gregários, que tão desvalorizados têm sido pelas sociedades actuais.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Khoisan são os humanos geneticamente mais ricos

Estudo capa da «Nature» apresenta genoma completo de caçador-recolector do deserto Kalahari

Ora aqui está uma notícia interessante, e que nos deve levar a pensar... sobre muita coisa!...
Ainda há pouco tempo passei aos meus alunos o "velho" filme "Os Deuses Devem Estar Loucos".
Tanta boa - preciosa, mesmo! - lição para todos o filme ainda conserva!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O que é ser mãe?

Outra história recolhida ou inventada por Leo Buscaglia. Outra história bonita:

Os alunos da professora de primeira série Debbie Moon estavam a examinar uma fotografia de família.

Uma das crianças da fotografia tinha os cabelos de cor bem diferente dos demais.

Alguém logo sugeriu que essa criança tivesse sido adoptada.

Logo uma menina falou:

- Sei tudo sobre adopção, porque eu fui adoptada.

Logo outro aluno perguntou-lhe:

- O que é "ser adoptado"?

- É - disse a menina - que a gente cresce no coração da nossa mãe, e não na barriga!

O conforto emocional, além das palavras

Não sei se a história que se conta é verdadeira, ou é uma ficção.
Seja como seja, é muito bonita, contada por Leo Buscaglia.
Ora, oiçam!
Era uma vez...

Um rapazinho, pequenito, tinha um vizinho, um velhinho, cuja esposa havia falecido há pouco tempo. O senhor estava a chorar.
Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele, e simplesmente sentou-se ao colo do velhinho.
Quando a mãe perguntou a ele o que havia dito ao velhinho, ele respondeu:

- Nada. Ajudei ele a chorar.

Esta criança, diz Leo, tinha quatro anos de idade.

Não estudes mais, estuda melhor

Hoje em dia, mais do que nunca, em que tanta oferta educativa se põe diante dos estudantes, a chave do sucesso parece ser esta:
  • Não estudes tanto, estuda melhor
Quantos estudantes conhece cada um de nós que se surpreendem por verem colegas que parecem - ou são mesmo! - menos inteligentes, mas que, todavia, obtêm melhores resultados escolares?
Ora se o que faz a diferença nos resultados escolares não é o nível ou o tipo de inteligência, o que é senão a disciplina e a educação do esforço e do trabalho escolar?
Vale a pena reflectir... vale a pena investigar..